[por Isadora Leone] Quem já viu mais de 30 primaveras, certamente já passou por alguns invernos rigorosos de crises como esse que vivemos agora. De algum modo todos sobreviveram, e a menos que as teorias apocalípticas se confirmem, sempre sobreviverão, com algumas marcas e aprendizados, mas continuarão. O importante é saber como passar pelas fases críticas, protegendo-se do frio, seguindo em frente ou hibernando.

Por razões óbvias, comportamentos mais corajosos e arrojados surgem no meio dos pequenos empreendedores. Nesse meio, não há tempo para guardar-se, é preciso encarar a friaca e seguir em frente. Uma das grandes provas são os índices apontados pela Fecomércio SP em julho do ano passado. O cenário medonho já se mostrava desde 2014 e, ainda assim, foi constatado pela pesquisa que as empresas com até 50 empregados (pequenas) aumentaram seus investimentos em até 40% no mês do estudo, enquanto as maiores caminhavam na retração.

A dica vem do pequeno empreendedor, mas serve para os médios e grandes (guardadas as devidas diferenças de cenário, claro). Um do grandes erros é hibernar. Em um momento de crise, é claro que ajustes precisam ser feitos. Repensar custos não significa cortes necessariamente, significa observar o mercado, o hábito do seu cliente – que irá mudar com certeza – e alinhar seus objetivos para continuar a atendê-lo dentro dos seus novos modelos para sobreviver. Em um estudo publicado no site da Harvard Business Review (vale ler inteiro) sobre o Marketing na crise, fala exatamente sobre isso. É preciso reconhecer os seus clientes, os diferentes tipos de clientes que você tem e estar pronto para investir para atendê-lo de modo eficaz.

Cortes de investimento em marketing, comunicação e posicionamento podem fazer com que a marca não esteja a postos quando o cliente mais precisar. Nesse momento o concorrente vai aparecer como um cão São Bernardo e, com uma bebida quentinha, irá ajudá-lo a passar pelo frio. O cliente precisa continuar a ser atendido e se não for você a primeira escolha, será outro.

Por isso, a melhor situação é estudar os clientes. Reajustar – claro – todos os seus custos e tornar seus investimentos mais eficazes, mas sumir nunca.

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